Ah, a nova era, a era new age, que encanta tanta gente.... Aqui vai um resumo do pensamento deles:
Não há verdade objetiva. Nós criamos nossa própria verdade.
Não há realidade objetiva, nós criamos nossa própria realidade.
Há formas de conhecimento interiores, místicas ou espirituais
que são superiores às nossas formas comuns de conhecimento.
Se uma experiência parece real, ela é real. Se uma idéia nos
parece correta, ela é correta. Somos incapazes de adquirir o
conhecimento da verdadeira natureza da realidade. A própria
ciência é irracional ou mística. É apenas outro credo, outro
sistema de crença ou outro mito, e não têm mais justificação do
que qualquer um dos outros. Não importa se as convicções são
verdadeiras ou não, desde que elas façam sentido para você.
Não há realidade objetiva, nós criamos nossa própria realidade.
Há formas de conhecimento interiores, místicas ou espirituais
que são superiores às nossas formas comuns de conhecimento.
Se uma experiência parece real, ela é real. Se uma idéia nos
parece correta, ela é correta. Somos incapazes de adquirir o
conhecimento da verdadeira natureza da realidade. A própria
ciência é irracional ou mística. É apenas outro credo, outro
sistema de crença ou outro mito, e não têm mais justificação do
que qualquer um dos outros. Não importa se as convicções são
verdadeiras ou não, desde que elas façam sentido para você.
Pergunta: Se você têm uma perfuração no abdômen, você vai usar o "credo irracional" da medicina ocidental ou o credo irracional de alguma corrente indiana ou chinesa? Se um psicopata tem a convicção verdadeira que precisa matar alguém, isto basta? Ok, estou sendo radical, mas vamos pensar um pouco...
Não existe realidade objetiva? Esta afirmação que o pessoal da new age faz é uma apropriação indevida de conceitos da teoria quântica da física. O filme "Quem Somos Nós" explora e distorce estes conceitos de maneira brilhante. Eu vi este filme em 2006 porque na época eu estava saindo com uma pessoa que não descansou até eu ver este filme com ela: Dada a minha formação ela queria discutir o filme comigo. Bom, fomos assistir e a relação acabou no dia seguinte!! (Brincadeira, não foi por causa do filme, mas teria sido uma ótima desculpa!) O filme diz, basicamente, que criamos a realidade, que a realidade não existe independente de nós e que nossos atos têm o poder de alterar esta mesma realidade. Esta concepção vêm de observações que a física faz em escala microscópica, de cerca de 0,00000000001 m. Pequeno, não? Inimaginável, na verdade... Nesta escala, toda vez que fazemos um experimento, nós "perturbamos" o sistema, de tal maneira que nunca podemos "ver" o sistema não-perturbado, mas somente o sistema que resulta da interferência que fazemos ao observá-lo. É neste sentido que a teoria quântica diz que a realidade é modificada pela nossa observação. So far, so good. O problema é que na escala macroscópica que vivemos e interagimos, este efeito quântico é irrelevante! E não faz sentido você dar para sistemas macroscópicos a mesma interpretação quântica de sistemas microscópicos. Mas o pessoal da new age não quer saber disto, eles querem vender livros, eles querem posar de detentores de um conhecimento hermético que lhes foi revelado, eles querem ser o Merlin dos nossos dias, eles querem ser admirados, é......, no fundo no fundo é tudo vaidade. Ok, eu obviamente escrevo este blog por vaidade intelectual também. Todos somos vaidosos, de uma maneira ou de outra. Abnegação total é um mito, uma lenda... A diferença é que alguns são vaidosos com algo que possa ser verificado, outros são vaidosos com mentiras que enganam e escravizam pessoas dentro de conceitos obscuros, que levam do nada a lugar nenhum.
Eu não sei o que é realidade, provavelmente ninguém saiba dizer exatamente. Mas eu sei os efeitos da realidade, seja lá o que for isto, no nosso dia a dia. Gosto de dar o exemplo do tenista. Digamos que eu esteja em uma sala cheia e declare que estou vendo um tenista batendo bola contra uma das paredes. Se todo mundo da sala disser que não está vendo o tenista, a conclusão é que eu estou alucinando. Se uma ou outra pessoa da sala concordar comigo, a conclusão é que uma ou outra pessoa é altamente suscetível a sugestão. Agora, se todas virem o tenista, então realmente o tenista está lá. A moral é: Para uma coisa ser real, não basta eu sentir como real, outras pessoas também devem perceber esta realidade. Ahhhhhh, mas o pessoal new age vai dizer: Só porque os outros não viram o tenista, não significa que a visão não foi real para você.... Ok, troque o tenista por alguém apontando uma arma contra você e disparando um tiro. Não importa o quão você ache que é real, você não vai ser perfurado por uma bala e não vai sangrar até morrer... Percebem a diferença?
Muito desta mania new age é influenciada pelos anos 50 e 60 e a busca das filosofias orientais, principalmente os chineses e os indianos. Muitas pessoas largaram tudo e foram para a Índia, atrás de iluminação... Não sei quanto a vocês, mas se alguém me oferecesse uma viagem de um mês pela Índia ou um mês no Hilton de Londres ou de Berlin, eu não pensaria um segundo: O Hilton de Londres ou de Berlin. Me chamem do que quiserem, mas numa viagem conforto é fundamental, um bom hotel já garante 50% do sucesso da viagem. O fato é que cresci no campo, com vacas pastando perto da minha casa, com o leiteiro entregando leite de carroça. Eu não preciso ir para a Índia ver vacas no meio da rua e miséria assolando uma cidade. Eu adoro comida indiana, na minha opinião é uma das melhores do mundo, acho até que sou viciada em alguns pratos, pois preciso comer quase toda semana. Mas Londres têm restaurantes indianos estupendos! E quanto a iluminação, eu acho que tenho todos os dias quando caminho até os cafés perto da minha casa, sento, fecho os olhos e degusto um bom espresso! É um estado de êxtase total, não preciso mais do que isto... Mas as pessoas gostam do exótico, do mistério, somos movidos por ele, pelo impossível... E pelo auto-engano!
E a sua realidade, é real ou é imaginada?
2 comentários:
Oi, Fernanda! Realmente, já estou de saco cheio dessa baboseira do "Quem Somos Nós"... E prá piorar a situação, é só alguém saber que sou física prá já ficar me enchendo a paciência com perguntas ou comentários sobre o filme. Eu vi (de tanto que falavam nele, acabei assistindo, por curiosidade), mas, não até o fim. Não aguentei. É triste saber que ele anda fazendo a cabeça de tanta gente...
:) Raquel
Oi Raquel
Melhor é fazer a cabeça com uma garrafa de um bom vinho tinto, não? Ou uma boa Veuve Clicquot! De preferência com morangos frescos!!
Beijo, Fernanda.
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